quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Agradecimento por um presente especial

Elas ofereceram-lhe um presente de aniversário no dia 27 de Setembro de 2015. Ele recebeu, nesse dia, muitos presentes. Não lhos quis dar todos de uma vez, queria que os valorizasse. Guardei o presente delas para uma data especial. Pensei no Natal. Pedi, inclusive, aos familiares mais próximos que não lhe comprassem muitos brinquedos, de maneira a que ele pudesse dar atenção a todos, incluído aquele. É claro que, mesmo assim, recebeu brinquedos. Continuei a guardá-lo para um dia especial. Não queria que aquele presente dividisse atenções com outros brinquedos. Pensei no dia de Reis, mas ainda havia muita coisa do Natal por descobrir. Não pensei em mais nenhuma data. Esta semana, na segunda feira, ele chamou-me e, sem qualquer hesitação, disse-me: mamã, estou contente porque estás aqui. E eu decidi que esse era o dia especial pelo qual eu esperava. Ouvir isto daquele bebé/menino de amor foi mesmo especial. Tinha de assinalar e comemorar o dia. Foi nesse dia que abrimos o presente que elas lhe ofereceram.
Este presente foi dado com muito amor; oferecido por quem foi, não tenho qualquer dúvida. E foi com esse amor que celebrei o amor do meu filho. Sentámo-nos os três no chão a montar a linha do comboio e a construir a estação e afins, como se fossemos todos crianças. Enquanto o comboio deslizava pela linha, ele corria eufórico atrás dele. Apesar de estarmos em Fevereiro, ele diz que foi o Pai Natal que trouxe este presente. 
E Eu... eu enviei-lhes uma mensagem a agradecer por nos terem proporcionado esta alegria. Elas são mesmo especiais; não são família, não nos vemos todos os dias, não nos falamos todos os meses, mas fazem parte da minha vida. Obrigada.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Barómetro de crescimento #8

Começaste por comer fruta triturada/passada. Depois, em pedaços pequenos porque és bruto e metias os pedaços grandes na boca como se não houvesse amanhã e sem medo nenhum de engasgamentos. O tempo foi passando e os pedaços foram ficando maiores. Agora, já comes peças de fruta inteiras (mas continuas a comer fruta triturada e cortada). No outro dia, no quintal de uma tia emprestada, apanhaste, descascaste e comeste uma tangerina. 
Quem te viu e quem te vê: quem te viu tão dependente de nós, mal sabias mamar; quem te vê a alimentares-te sozinho. Não penses que já vais ao supermercado sozinho e que levas o dinheiro do porquinho da minha cómoda, mas, por este andar, um dia destes venho aqui relatar algo do género.

P.S. Não sei se isto é motivo de orgulho para alguém, mas gostei tanto de ver aquela mini pessoa, sentada no muro do quintal, a descascar a tangerina e a comê-la.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Olá Fevereiro de 2016

Ai já me cumprimentaste há 11 dias!? Não ouvi, desculpa, mas andei ocupada com outras coisas. Aqui fica o meu cumprimento: Olá Fevereiro de 2016!

Créditos de imagem: M.O.D

Lá por seres o mês com o menor número de dias, não significa que passes depressa. Estamos entendidos?
Vá, sê amoroso e deixa-me comemorar o aniversário da minha avó (que, entretanto, já passou), o Carnaval (também já passou), o dia dos remelados, o aniversário da pequena Alice e do seu "grande" pai (ainda nem sei se haverá festa, nem se nos convidam, mas estou decidida a comemorar de qualquer maneira), o regresso à escola, etc. etc.
Agradecida, Fevereiro.

Grandes livros para pequenos leitores #8 - O sonho de Mateus

O primeiro livro que ofereci ao meu filho, habitava ele na minha barriga, chama-se "O sonho de Mateus". Comprei-o, principalmente, pela mensagem que transmite. Para além de Arte, fala da importância que a perseverança tem no alcance dos sonhos.
Nesta história, os pais de Mateus desejam que ele seja médico, por considerarem que este é um caminho mais seguro, por acharem que este caminho lhe dará melhores condições de vida. No entanto, Mateus encanta-se pelo mundo da Arte e é a Arte que escolhe para si, para a sua vida e para o seu futuro. Mateus encanta-se pela Arte em criança, durante uma visita a um museu, e é na Arte que se profissionaliza.
A mim, este livro transmite-me que o caminho do meu filho não será definido pela minha opinião/pelo meu desejo, tal como já tinha referido aqui. Julgo que o meu papel será orientá-lo, apoiá-lo e incentivá-lo a não desistir dos sonhos, mas não posso nem devo sonhar por ele. Sonhar é bom e eu não posso privá-lo disso. 


É um livro da Editora Kalandraka. Ilustração de Leo Lionni e tradução de Ana M. Sánchez.

Em contexto escolar, através da leitura deste livro consegue-se, com relativa facilidade, pôr as crianças a falar de sonhos, de profissões que gostariam de ter, de viagens que gostariam de fazer, de pessoas que gostariam de conhecer e/ou rever, etc. Numa atividade que tenha por objetivo aproximar os pais da escola, seria interessante convidar os pais a falar de sonhos: dos que realizaram; dos que desistiram (sonhos de criança, por exemplo); dos que ainda desejam realizar. Seria  igualmente importante pôr os pais a ouvir as opiniões das crianças acerca dos seus próprios sonhos... Talvez numa conversa informal, num final de tarde animada e descontraída, depois da leitura deste livro. Podiam, inclusive, ser os próprios pais a ler a história em conjunto. 
Para alguns pais, pode não ser fácil falar de sonhos, porque sentem frustrações a vários níveis, porque estão a passar por uma fase menos boa ou por outro motivo qualquer. Será importante, como em tudo o que envolve a participação dos pais, ter alguma sensibilidade e encontrar estratégias de integração. 

Filho, não sei que sonhos albergarás no teu coração. Não sei que sonhos realizarás nem sei que sonhos se transformarão em desilusão para ti. Não sei quais serão os que abandonarás por concluíres que, afinal, não eram bem sonhos. A única coisa que sei é que quero ensinar-te a não desistires dos verdadeiros sonhos, daqueles que persistirem no teu coração e na tua vontade, dos que te fizerem, realmente, feliz. Desses, filho, não desistas!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

É a vida a acontecer...

É ele a observar atentamente os senhores do camião do lixo quando estes despejam os contentores; sou eu valorizar o trabalho deles, se não recolhessem o lixo, a nossa terra seria um sítio pior.
São as pessoas a deitar papéis para chão; sou eu a dizer-lhe que existem caixotes para se colocarem os papéis inúteis. Assim, o trabalho dos senhores do camião do lixo é mais fácil. 
É a senhora que anda de cadeira de rodas a subir para a carrinha adaptada com o apoio de uma auxiliar; sou eu a explicar-lhe que a senhora, tal como a Clara da "Heidi", não consegue andar; é ela a dizer-lhe adeus; é ele a dizer-lhe adeus com ar de espanto por conhecer uma pessoa que tem as mesmas limitações da Clara.
Sou eu a mostrar-lhe a Serra da Arrábida; é ele a dizer-me que são as montanhas do Pedro da "Heidi".
Somos nós a visitar uma eventual creche para ele; é ele a deixar a minha mão e a dar a mão à Educadora quando ela o convida para entrar. Sou eu a ir buscá-lo para irmos embora.
São as pessoas a passar por nós e a meterem-se com ele; sou eu a pedir-lhe para as cumprimentar, elas estão a ser simpáticas, mesmo quando ele não lhes responde.
É ele a levantar a mão; sou eu a dizer-lhe que não o pode fazer, as pessoas ficam tristes se o fizer. 
É ele a espernear; sou eu a olhá-lo nos olhos e a dizer-lhe que não quero que o faça; sou eu a cobrar-lhe respeito. 
É ele a fazer uma birra; sou eu a dar-lhe espaço, sou eu a tentar perceber como o posso ajudar.
Sou eu a tentar levantar-me da sua cama; é ele a dizer que me ajuda. Sou eu a ficar feliz por isso.
É ele a dizer que gosta de mim e a pedir-me um abraço; sou eu a viver (feliz) isto de ser mãe.
Sou eu a tentar ensinar-lhe coisas que valorizo; é a vida a acontecer.

Filho, quanto mais te conheço, quanto mais te descubro, mais gosto de ti.

Adeus meu querido mês de Janeiro de 2016

Janeiro, fugiste-me. Espero que esta sensação de os meses me fugirem não se repita este ano. Aproveitei-te bem, mas que correste demasiado rápido, correste. 
Os primeiros dias do mês foram passados na Costa Alentejana. Tivemos 2 fins de semana com aniversários, um deles durou dois dias. Jantámos em casa de amigos. Fiz uma das Unidades Curriculares (UC) do mestrado e preparei-me para o exame da segunda que foi realizado em Fevereiro; tenho duas das três UCs a que me inscrevi feitas; a terceira ficou para a época de exames, em Julho, uma vez que não consegui fazer o exame. "Parqueámos" (aproveitar o parque) sempre que o tempo o permitiu. Comecei a planear as férias de Verão, mas a situação profissional do pai/namorado cá de casa não me permitiu defini-las. Que impasse... Logo agora que eu estava decidida a fazer tudo com antecedência.
Digo-te adeus a 10 de Fevereiro e parece que ainda estou em Janeiro, mas não estou! Não digo até breve, porque não quero que me apareças à frente assim tão brevemente. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Há professores assim, há psicólogos assim... Há de tudo, como em todas as profissões.

Há professores que gostam muito de relatórios; que pedem insistentemente aos pais que levem o relatório do Psicólogo que acompanha o filho. Como se aquele documento justificasse todos os insucessos, todas as frustrações, todas as injustiças que, muitas vezes, os alunos são sujeitos; como se aquele documento carimbasse o desfecho do percurso escolar; como se necessitassem dele para catalogar - muitas vezes, as crianças são catalogadas sem qualquer papel anexado ao seu processo. Reforço a ideia de alguns professores; não tenho conhecimentos para falar em percentagens, em maiorias ou minorias. Só estou a basear-me em situações (minhas) conhecidas e (julgo) pontuais.
Há psicólogos que, se consideram que o relatório só serve para ficar no processo do aluno como justificativo dos fracassos, aceitam passar o tão desejado relatório, mas com a condição de o mesmo conter directrizes claras de como se pode trabalhar com o aluno, de como ele pode ultrapassar algumas das suas dificuldades, com sugestões de estratégias de trabalho. Estes psicólogos tentam estabelecer um compromisso de trabalho cooperativo (escola, pais e, neste caso, o psicólogo).
Há psicólogos que, se for para o bem do aluno, empenham-se na elaboração do relatório; se for só para classificá-lo dificultam a vida dos professores que querem apenas uma justificação para anexar ao seu processo (por vezes os relatórios são necessários, no entanto, nem sempre são essenciais para o sucesso do aluno, pelo contrário). Admiro esta atitude. É que com tanta preocupação em classificar problemas de aprendizagem e patologias, com tanta preocupação em conseguir justificar o fracasso com um papel, os professores desviam-se da essência do que é a sua exigente e grandiosa profissão: fazer aprender.
Atenção, não defendo que o psicólogo explique ao professor como é que ele deve exercer a sua profissão, o professor saberá fazê-lo melhor que ninguém. O que defendo é que em situações em que o professor necessite de ajuda (ou o psicólogo) pode pedi-la sem receios. Ser professor não é a mesma coisa que ser psicólogo, logo, considero que existem situações em que o trabalho conjunto trará benefícios ao aluno. Há professores que não compreendem isto; há outros que o compreendem muito bem.