sexta-feira, 16 de junho de 2017

Os dias das nossas (mini) férias

Tiro dois dias de férias para estar com ele enquanto os amigos da escola vão para a praia, adicionamos os dois dias do fim de semana e ficamos com quatro dias para nós. Ele não vê a diversão dos amigos através do facebook, não sente pena, não lamenta não ter ido. Eu sinto pena por ele não ter ido. Sei que respeitei a minha vontade e o que sinto em relação às idas à praia com a escola, mas a educadora, com o seu jeito de fazer coisas bonitas, provoca-me este sentimento (sei que só aparecem as imagens bonitas no facebook, pensando bem, agora que já passou, acho que fiz o correcto, pelo menos para mim e por agora).
Vamos à praia, saltamos nas ondas, atiramos pedras, ele gosta tanto de atirar pedras ao mar. Vamos a uma sardinhada nas festas da nossa terra. Andamos nos carrosséis. Vamos ao jardim da terra onde vive a minha avó. Faço sopa e ele diz que está gnífica, o que ele quer dizer é que está magnifica (só escrevo isto porque a minha vocação para a cozinha é igual à minha vocação para Física Quântica... pensando bem a Física ganha por alguns pontos). Comemos tomate e alface com sabor de antigamente porque descobrimos uma mercearia nova que vende produtos biológicos, que tem um espaço com brinquedos, que tem uma pessoa simpática e serena a atender, daquelas que nos fazem acalmar só de as ouvirmos falar. Ele é capaz de ficar horas a brincar na "mercearia dos brinquedos" e é capaz de fazer birra porque quer ir à mercearia. Consigo tirar umas horas só para mim num sábado de manhã. Chateio-me com o pai do miúdo. Eu e o miúdo vamos à praia novamente. Descobrimos mais um jardim. Almoçamos fora, os três, num dia de calor e fazemos uma sesta de 3 horas. Terminamos o domingo nos carrósseis.
Às vezes consigo ser espectadora das nossas conversas, dos nossos diálogos sérios e consigo ver como ele está crescido. O miúdo é gozão e brincalhão, tal como me diz a educadora. E lembro-me, agora, que na anterior escola, de acordo com a educadora, ele era só introvertido. Nesta é brincalhão. Talvez seja mais feliz. Agora só isso é que (me) importa.
Segunda feira estou de férias, mas vou deixá-lo na escola. Sinto culpa, mas tenho coisas para resolver e limpezas para fazer. Sinto que tenho de aprender a não sentir esta culpa. Corre tudo bem. Vou buscá-lo e vamos ao parque.

Eu não acho que a escola que ele frequenta seja perfeita (não as há, porque o conceito de perfeição é subjetivo), mas que tem muitas coisas boas e especiais, tem. E com uma mudança tão recente, nós decidimos que não o inscrevemos no Jardim de Infância público - uma velha luta (na minha cabeça) entre escola pública e escola privada. Mas, confesso, temo por decisões futuras que tenhamos de tomar: a maioria das pessoas que conhecemos com filhos a frequentar o Jardim de Infância que ele frequenta não tira de lá os filhos no 1º ciclo. Deve ser porque a escola é boa... Claro que é. O único problema é a mensalidade que é mais de metade do meu ordenado. Se eu reduzisse o meu horário de trabalho, ganharia menos consequentemente, mas podia inscrevê-lo na escola pública, podia ir buscá-lo às 15h00 e ainda ficava a ganhar em "remuneração" e em tempo com ele (pena que a redução de horário não depende apenas de mim)... Mas depois existem os dias em que tenho de sair mais tarde ou levá-lo mais cedo porque o pai não o pode levar, existem as interrupções letivas e decidimos que vamos mantê-lo onde está .

Atirador de pedras no Portinho da Arrábida, a serra que lhe apresentei assim que saiu da maternidade.


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