quinta-feira, 8 de junho de 2017

À conversa com o meu filho #15 - Os 3 porquinhos, as 3 primas dos 3 porquinhos, o lobo bom Vs lobo mau e... alimentação

A propósito deste texto, perguntei-lhe o que é que ele quer ser quando for grande. No alto dos seus 3 anos, ele respondeu-me que quer ser o porquinho mais velho.
Acredito mesmo que hoje é esse o seu desejo: no parque incita os miúdos a brincar aos 3 porquinhos e pede-me para ser o lobo mau; chama casa de tijolos a qualquer casinha de parque que encontre nos nossos passeios; gosta de vestir jardineiras porque o porquinho mais velho veste jardineiras; pede-me 3 pratos para brincar, digo que lhe empresto 2, diz-me que precisa de 3 para dar comida aos 3 porquinhos; fecha as portas do quarto e da sala e diz que são as casas dos irmãos...
Perante a sua afirmação em querer ser o porquinho mais velho quando for grande, posso tirar as minhas conclusões: terei mais dois filhos (não porcos) e ele será, naturalmente, o mais velho; será pintor, construtor, carpinteiro, fiscal de obras ou qualquer coisa relacionada com a construção de casas de tijolos; terá medo do lobo mau (agora tem um bocadinho, espero que daqui a um tempo isto lhe passe); será responsável; preferirá o trabalho à brincadeira (equilibra as coisas, está bem filho?).

Dada a sua paixão declarada pelos 3 porquinhos, levei-o a ver uma peça de teatro dos ditos. Seria o culminar da história tantas vezes contada, seria o encerramento das 1001 versões ouvidas. Só que não, a peça de teatro não relatou nenhuma das versões já conhecidas, na verdade a história foi outra: a das 3 porquinhas, primas dos 3 porquinhos; com um lobo bom a querer ser o lobo mau; com um lobo forte; com a casa de tijolos a ir pelos ares; e no final, uma banda constituída pelas 3 porquinhas, primas dos 3 porquinhos, e por um lobo bom. Ou seja, mais uma panóplia de possibilidades à disposição da imaginação do miúdo: venham de lá os tios dos 3 porquinhos, os avós dos 3 porquinhos, os educadores dos 3 porquinhos, os filhos dos 3 porquinhos e por aí adiante... Vou ter de aprender a viver com esta vara. E lembrei-me agora que, a propósito desta sua paixão, posso falar-lhe de substantivos colectivos (de forma informal): vara, alcateia, rebanho (a propósito da história do Pedro e o lobo), etc. E podemos desenhar porcos, ovelhas e/ou lobos, procurando, ou não, inspiração nos livros que temos. E podemos ir para a rua fotografar porcos e/ou ovelhas (costumamos passar por alguns terrenos que têm porcos, ovelhas e outras espécies), podemos imprimir as fotografias e colá-las no livro da vida (que ainda não iniciámos).

E no final desta conversa toda, digam-me lá, como é que um dia vou explicar ao miúdo que se come carne de porco (ele come muito muito raramente). E a propósito disto só me vem à ideia este vídeo:

 

Só sei que já estive mais longe de me tornar "vegetariana" ou, pelo menos, reduzir muito o consumo de carne. Já o tinha escrito aqui.

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