Esta é mesmo uma reflexão profunda, até mais do que isso: é uma autocrítica.
No final da década de noventa, tinha eu vinte e poucos anos, quase todos os dias saía do trabalho a meio da manhã para ir beber um galão no café em frente. Mesmo ao lado existia (ainda existe) um centro comercial com uma cabine telefónica. Todos os dias o mesmo ritual: a procura pela moeda ideal, o digitar o número que sabia de cor, o telefonar à minha avó. Se tivesse duas moedas, sabia que a conversa se prolongava um pouco mais. Eu gostava de ouvi-la e ela ficava feliz por me ouvir.
Hoje, com telemóvel aparentemente sempre disponível e com a possibilidade de efetuar "chamadas ilimitadas", já passei semanas sem lhe telefonar... É triste. Porque é que não aproveito a oportunidade que a porcaria do telemóvel me dá? Não gosto muito de telemóveis, fui das últimas a ter um (lá em casa e arredores), até porque o associava a controlo... Mas bolas, podia aproveitá-lo para cumprimentar quem tanto me mimou, para perguntar se dormiu bem, para dizer que estou constipada (como anteontem), para desejar uma boa noite...
A cabine telefónica ganhou este duelo, pelo menos até ontem. No entanto, espero que o telemóvel dê a volta ao resultado, até porque não encontro cabines telefónicas perto do meu atual trabalho e quero falar mais vezes com a minha avó.
A cabine telefónica ganhou este duelo, pelo menos até ontem. No entanto, espero que o telemóvel dê a volta ao resultado, até porque não encontro cabines telefónicas perto do meu atual trabalho e quero falar mais vezes com a minha avó.
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