quinta-feira, 16 de março de 2017

Educação: o retorno

Quando o magoo sem querer e ele reivindica um pedido de desculpa, quando ele me oferece uma flor acabada de apanhar e solicita de imediato um agradecimento (quando ainda estou a fazer aquele ar de espanto que a situação requer :)), quando ele diz que temos de nos ajudar, que temos de ajudar os amigos, quando eu lhe digo que ele está a ser teimoso e ele me pergunta se eu gostava que me chamassem teimosa, eu acredito que é o retorno do que lhe transmito.
No entanto, quando ele diz que a "Maria" é mijona, que um adulto que faz parte do seu quotidiano o disse, eu tomo consciência de que sou só uma parte dos exemplos com que ele se depara. Uma parte importante, é certo, mas uma parte. Nunca controlarei tudo nem tenho essa pretensão, mas há escolhas que, por enquanto, são da minha responsabilidade. Eu sei que é por causa deste tipo de comentários, possivelmente ditos em voz alta à frente de todos, que ele tem medo (pânico mesmo) de fazer chichi na cama. Eu erro que me farto, mas há coisas que não permito. Se a criança faz chichi na cama durante a sesta ou durante a noite, das duas uma: ainda não está pronta para deixar a fralda durante esse período ou, dependendo da idade, precisa de outro tipo de ajuda. Acredito que em nenhuma situação precise que a humilhem.

Quando o ouvi dizer que a "Maria" é mijona, não reagi propriamente bem. Perguntei-lhe se ele gostava que o chamasse de mijão quando se descuida; disse-lhe que talvez a Maria precisasse de ajuda; sugeri que perguntasse à amiga se precisava de ajuda para ir à casa de banho... Enfim, debitei muita informação muito depressa. Sei bem que não era com ele que eu estava zangada.
Já ouvi dizer muitas vezes, a propósito deste tipo de conversa, que: "é a maneira de ser dela, ela é boa pessoa; grita muito, mas é a sua maneira de ser". Isso não minimiza a minha posição em relação a este assunto. As pessoas têm dias menos bons (eu incluída), têm momentos infelizes, erram, no entanto é importante evoluir e melhorar. Eu também sou uma excelente pessoa (digo eu, claro), mas não é por isso que faço a vez do médico quando ele não pode dar consulta. Porquê? Porque não tenho jeito nenhum para Medicina... nem formação.  A remuneração dava-me jeito, admito, mas falta-me vocação e formação. Com a educação é a mesma coisa. Pois, parece que não estou a ser muito bem educada (imaginem que estou a gritar este desabafo)! Desculpa lá mãe, mas já sabes que nem tudo é culpa tua.

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