Logo, quando chegar a casa, quero pedir-te desculpa: fui brusca contigo esta noite.
Posso dizer-de que estou cansada. Que há mais de uma semana que acordas às 6 e pouco da manhã. Que perdi a conta ao número de vezes que acordaste esta noite: primeiro na tua cama, depois na minha, por quereres fazer xixi no bacio, por fazeres xixi na cama, por quereres água ou por não conseguires respirar em condições. Por tudo e por "nada" - digo eu, que por nada é que não foi. Que andas chato, birrento, a lamuriar-te vezes a mais. Que às vezes demonstro que estou cansada elevando o tom de voz, que estou farta de te ouvir fazer birras. Que às vezes estás cansado, que agora estás doente, que outras é só porque sim. Que o meu cansaço se arrasta. É verdade que é um cansaço físico, mas não só. Estou cansada, principalmente, por ainda não ter aprendido a lidar com as diferenças que existem entre nós: entre a energia que se excede em ti e a que me falta a mim; entre o meu cansaço e a tua luta contra o teu; entre as tuas escolhas e as minhas. Posso dizer-te muita coisa, encontrarei muitas desculpas para me justificar. Mas, por agora, só quero mesmo pedir-te desculpa. Desculpa, filho.
Imagem retirada da Internet: fonte desconhecida
Estou na hora de almoço. Já pensei em ti muitas vezes, deve ser a culpa. Estou para aqui a pensar que se eu estou cansada, tu deves estar de rastos. E que ainda assim, foste à escola. Estou a pensar que, logo hoje, tenho tanta coisa para fazer. Hoje, que tenho tanta pressa em abraçar-te, vou sair mais tarde.
E tu, querido dia, não podes negar que és segunda feira. Mas não te esqueças que és só o começo, o final escolho eu.
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