segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

E um Feliz Natal aconteceu...

Tal como desejei, dancei, cantei, brindei e sorri. Fui feliz e vi os outros felizes. Também chorei - sim, foi um choro de tristeza, infelizmente; estes choros, por vezes silenciosos, fazem-me ver as coisas de outra forma, alertam-me, trazem-me clareza, mas passam. E o Natal continuou e reinou. 
Nós - eu, ele e ela - fizemos pinturas no dia 24 de manhã; eu e ele lemos-lhe a história do Pai Natal, ela ainda não conhecia a "nossa história" deste Natal; cantamos e dançamos; almoçamos juntos nos dias 24 e 25.
Apareci na casa da minha irmã no dia 24 de manhã com uma carta do Pai Natal, endereçada aos dois e restante família, mas direcionada, objetivamente, a ela (ele quer lá saber desses pormenores); com o objetivo de justificar a retirada de todos os embrulhos que foram colocados debaixo da árvore de Natal da minha mãe (é suposto os presentes aparecerem no dia 24, entendido?). A carta dizia:

Deixei aqui, por engano, presentes de Natal que não são vossos. O papel de embrulho e o formato dos presentes são muito parecidos e eu, com tanto trabalho, enganei-me. No entanto, não se preocupem, eu e os Duendes já os viemos buscar e estamos a trabalhar muito para que possam receber os vossos presentes na noite de Natal. Deixaremos os presentes à vossa porta nessa noite. 
Desculpem a troca de presentes,
Beijinhos e abraços para todos.
O Pai Natal.

Ela mostrou a carta à mãe e ao tio, que a leram, novamente, em voz alta. Ficou comprovado que não fui eu que inventei aquelas palavras, estava escrito, o Pai Natal escreveu-lhe mesmo. Em resposta, eu e ela escrevemos uma carta ao Pai Natal a pedir que deixasse os presentes no dia 25, se pudesse, claro, uma vez que ela não estaria cá no dia 24 à noite.
O Pai Natal deixou presentes à porta da casa da avó na noite de 24 e na tarde do dia 25. Deixámos um prato com bolos para o Pai Natal no parapeito da janela da casa da avó. Bateram à porta e ouviu-se um Ho-Ho-Ho. Fizemos um grande alarido em torno disso e corremos todos em direção à rua. Vimos a cara de espanto dele no dia 24 e a dela no dia 25. Abrimos a porta. Encontrámos os presentes à porta, tal como o Pai Natal prometeu. Muitos! O Pai Natal e os Duendes comeram os bolos que deixámos no parapeito da janela. Na noite de 24 éramos 11 à mesa; no dia 25 éramos 6. Na noite de 24 a euforia foi dele; no dia 25, e apesar de ser com a luz do dia,  foi a vez dela. Os dois acreditaram que o Pai Natal passou por ali, que deixou presentes para todos, satisfazendo os desejos mais secretos de cada um.
Ele ficou encantado com o facto de o Pai Natal lhe ter devolvido o cavalo que tinha perdido; ele diz a toda a gente que o Pai Natal encontrou o seu cavalo que estava debaixo de um carro (ele perdeu-o na rua quando estava com a Ama e ela, possivelmente, deu-lhe esta justificação). Para além disso, ainda ganhou um outro cavalo que se tornou amigo do "primeiro"; agora, leva os dois para todo o lado; o primeiro é o Trovão, o amigo é o Kikas - este nome é um bocado desadequado a um cavalo preto e imponente, mas foi batizado assim.
No dia 25 de manhã, acordámos a querer prolongar a magia do Natal. Montámos uma tenda que lhe ofereceram na sala (não lhe entregámos todas os presentes ao mesmo tempo), com este livro embrulhado lá dentro e ao som da música de Natal que temos ouvido repetidamente nos últimos dias. Assim que chegou à sala, fixou o olhar na televisão, no vídeo da música que lhe é familiar, à espera que o boneco do Pai Natal aparecesse a dizer adeus. Só depois é que viu a tenda. Adorou, mas o primeiro impacto não foi o que estávamos à espera - toma lá que é para não serem parvos, o miúdo valoriza o que ele quer, não o que vocês querem. No dia 25, já com a prima, foi a vez de desembrulhar a guitarra que lhe comprámos. Ela recebeu um microfone. Temo que formem uma banda e que me obriguem a tocar pandeireta... Assim de repente, não encontro vocação na minha pessoa para tocar mais nada (sem ofensa às pessoas que tocam pandeireta; parece-me mais fácil do que tocar guitarra ou cantar; talvez até nem seja...).
Ela, quando viu a quantidade de prendas à porta de casa da avó ficou eufórica, recebeu muitos presentes. Um deles, foi o que ela pediu ao Pai Natal na escola.  Eu vi o brilho dos seus grandes olhos. Fiquei feliz por lhe termos proporcionado isto. Os últimos dias para ela não foram fáceis, mas naquele instante, estava tudo bem. Está tudo bem e vai ficar tudo ainda melhor. O Pai Natal existe. Mesmo.
Os dois receberam trotinetes e a tarde do dia 25 foi passada na rua, com manobras de diversão (e tentativas de manobras, no caso dele); com plateia a assistir (eu e a minha irmã; o pai, o tio e o avô dele) e com palmas de incentivo.
É isto meus amores, queremos aplaudir-vos, quer seja pelo que conseguem alcançar facilmente, quer seja pelas tentativas que falham. Foi um Feliz Natal, não há dúvidas que foi, principalmente porque vocês existem e dão um significado muito especial a esta comemoração. 

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