terça-feira, 29 de setembro de 2015

Foi assim que aconteceu #4 - O mundo à tua espera

No dia 24 de Setembro de 2013, quando faltavam 3 dias para nasceres, eu escrevi:

"Filho, tens um mundo imenso à tua espera. Para além das muitas pessoas que te esperam, tens vários mundos para conhecer, vários enigmas para desvendares, várias opções entre as quais podes escolher.
Eu quero mostrar-te tudo, quero fazer com que aprendas o mundo, quero que reconheças e diferencies as coisas boas das coisas más, quero orientar-te, quero apoiar-te, quero repreender-te quando for necessário, quero acompanhar-te, quero aplaudir-te e quero, sobretudo, respeitar-te e amar-te.
O mundo tem tantas coisas, tantas coisas, que nem que eu quisesse as conseguiria descrever - umas porque não me lembro delas, outras porque não as conheço.
No entanto, existem alguns “mundos” que faço questão de te falar, desde já:
Quero mostrar-te o mundo dos brinquedos, para que aprendas que brincar é importante; Quero mostrar-te o mundo das palavras, para que possas comunicar; quero mostrar-te o mundo dos livros, para que possas escolher os que mais te interessam; quero mostrar-te o mundo dos sentidos, de maneira a conseguires tirar o máximo proveito deles; quero mostrar-te o globo, para teres uma noção da imensidão do mundo e para escolheres o que dele queres descobrir; quero mostrar-te o mundo familiar, para que saibas e sintas que tens uma família e para aprenderes que existem outros modelos de família; quero que descubras o mundo da fantasia, para que a distingas da realidade; quero que descubras o mundo dos sonhos, para que aprendas que podes alcançá-los; quero falar-te do mundo dos amigos que, quando verdadeiros, são o melhor que podemos ter; quero que conheças o mundo das profissões para fazeres as tuas opções conscientemente; quero suscitar o teu interesse pela arte, no entanto o que vais apreciar é uma opção só tua; quero ter experiências gastronómicas contigo para decidires o que gostas; quero falar-te do mundo das emoções, para que saibas que não há qualquer problema em demonstrá-las; quero falar-te do mundo das desilusões, para que saibas que existem e para estares preparado quando te deparares com alguma; quero mostrar-te o mundo da natureza - o mar, a serra e o campo – para veres o quão perfeito é; quero mostrar-te o mundo dos animais e das árvores, para saberes identificá-los.
Quero mostrar-te tanta, tanta coisa. Estás preparado? Eu também não. Vamo-nos preparando ao longo dos anos. Temos a vida inteira: eu, para te mostrar muitos mundos já meus conhecidos; tu para me fazeres descobrir novos mundos.
Para já, para já, tens aqui o mundo maternal, cheio de amor, à tua espera!"

domingo, 27 de setembro de 2015

Hoje fazes 2 anos e eu não tenho pena

Hoje fazes 2 anos e eu não tenho pena. 
Não tenho pena de não te der dado colo mais vezes. De não te ter mimado e abraçado sempre que me apeteceu ou sempre que me pediste. De não ter passado a minha mão no teu rosto para te acalmar sempre que te vi mais agitado ou incomodado. De não te ter beijado quando te magoaste. De não ter passado o dia inteiro contigo ao colo quando o teu primeiro dente rompeu e tu fizeste a primeira febre. De não te ficado contigo a tempo inteiro até aos 8/9 meses e a meio tempo até aos 13. De não te ter deitado mais vezes na minha cama e de não te ter dado mais colo para não te habituar mal. De não ter ido ao parque contigo mais vezes. De não ter deixado a casa por arrumar para sair e brincar contigo. De não te ter mostrado muitas coisas que fazem parte da natureza, tais como os animais e as árvores, calmamente. De não ter ido contigo pela primeira vez à piscina e à praia. De não ter conversado mais contigo quando apenas palravas. De não te ter dado a mão quando deste os primeiros passos. De não ter corrido a levantar-te quando deste a primeira queda mais aparatosa. De não te ter incentivado a ultrapassares os teus limites e apoiado as tuas novas experiências. De não te ter ensinado a pedir ajuda quando precisas. De não ter estado contigo quando comeste a primeira sopa, a primeira papa, as primeiras frutas. De não ter proporcionado o teu primeiro desenho. Eu não tenho pena porque fiz tudo isto (e mais do que isto). Muitas destas coisas continuo a fazer e muitas outras farei (assim o desejo).
Eu olho para as fotografias de quando eras recém nascido e sinto saudades. O tempo passa depressa, é verdade. Depressa descobri que não posso voltar atrás. Devemos aproveitar bem todas as fases dos nossos filhos, concordo. Por vezes sentimos culpa. Mas, talvez por ter ouvido tudo isto tantas vezes antes de ser mãe, eu aproveitei-te bem. Eu vivi-te. Vivi cada segundo desta experiência que é ser tua mãe e tu seres meu filho. E aos dois anos desta viagem, eu não sinto pena. Saudades ou nostalgia sim, pena não. E só peço que continue assim, porque passe o tempo depressa ou devagar, eu quero aproveitar-te, quero viver-te e não quero sentir pena.
Tu, bebé de amor, ensinaste-me isto: A viver mais e melhor todos os dias.
Com todo o meu amor, desejo, como sempre, que tenhas um terceiro ano de vida feliz, muito feliz!
Tu és, simplesmente, a melhor coisa do mundo.
Obrigada mundo por me teres dado este filho!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Esta semana...

Esta semana saí mais tarde, mas foste buscar-me ao trabalho na carrinha do pai quase todos os dias. Eu avistava a carrinha, espreitava pela janela, tu olhavas-me, eu escondia-me e tu rias. Eu repetia a brincadeira e tu rias.
Deitamo-nos mais tarde do que o habitual, mas os beijinhos de boa noite foram em quantidades maiores.
Tivemos uma má manhã, com uma birra que não consegui acalmar porque me faltou sabedoria e serenidade. Por vezes estiveste mais rabugento, mas a culpa não foi tua. Foi a rotina que se alterou.
Não fomos nenhum dia ao parque, mas pintamos o quadro, deste banho à girafa, jogamos à bola com uma fralda usada e enrolada. Proporcionou-se, quando demos por isso estávamos a atirar a bola-fralda uns aos outros. 
Houve uma febre que não sabemos de onde veio, mas depressa se foi. 
Hoje fizeste um galo na testa na sequência de uma correria.
Na segunda feira cantamos os parabéns ao pai e fizemos um desenho dos três. Quando olhas para o desenho, apontas e dizes quem é quem. Depois, cantas a música dos parabéns. Ou tentas!
Hoje, sexta feira, adormeceste comigo a beijar-te o rosto. Gosto disto, gosto tanto disto.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Passava bem sem esta herança

Pai, este mês, este ano, quero escrever sobre o que aprendi contigo, sobre as recordações que guardei de ti e sobre as experiências boas que partilhamos e que fazem parte da pessoa que sou. Espero vir a fazê-lo ainda em Setembro. Mas hoje, neste instante, só consigo lembrar-me que existem coisas que deverias ter sido tu a fazer. Se não as fizeste, como é que eu posso esperar que outros as façam? Julgo que ninguém tem obrigação de nada e a culpa de eu sentir isto, também, é tua. Passava bem sem esta herança.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A carroça à frente dos bois

Candidatei-me a 3 Unidades Curriculares de um mestrado (espero que me seja útil para ser útil). Ainda não sei se a candidatura foi aprovada, mas a escola já começou. Assim sendo, acordei às 5 da manhã, saí de casa com muita antecedência, enganei-me no caminho e cheguei 20 minutos antes. Cresci porra, já não sou aquela que se atrasa sempre. Uma excitação igual à que senti quando fui de férias - isto é estranho, confesso. Uma ansiedade serena - querer ir, querer ir já, mas sem medos. Se não correr bem, se não der certo, volta-se atrás sem dramas. Foi isto que senti. Correu bem, gostei do que vi e ouvi, estou com planos, quero fazer isto! Só lamento não poder ir a todas as aulas. Vou jogar no Euromilhões porque preciso de estar 2 anos e tal sem trabalhar. 
Meti a carroça à frente dos bois, apareci sem saber sequer se me vou inscrever, mas era a oportunidade de conhecer eventuais futuros professores e eu preciso de verificar métodos de avaliação alternativos porque vou faltar muito. Ou não, eu vou jogar no Euromilhões, já disse, não disse? Meti a carroça à frente dos bois, mas às vezes tem de ser. Trocar de lugar dá-nos outra perspectiva. Neste caso, aconteceu assim porque acredito que a candidatura é aprovada. É esta a perspectiva que vislumbro.

Atualização: a candidatura foi deferida e o Euromilhões só não me saiu porque não joguei :).

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Reflexões profundas (ou não) #8 - Raios partam o tempo, mas sem raios

No dia em que o miúdo nasceu chovia a potes, quando uns dias antes o sol tinha brilhado como se não houvesse amanhã. Nascimento molhado, destino abençoado - cada um adapta os ditados às suas conveniências.
O ano passado, quando comemorámos o 1º aniversário da criança, com intenção de fazer uma festa ao ar livre, choveu.
Este ano, novamente com intenção de meter a malta na rua a comemorar, vou ver a previsão do estado do tempo para o aclamado dia e a temperatura prevista é de 31 º, com sol e... com chuva. Claro que esta tipa, depois de permitida a sua entrada no dia do nascimento, sente-se convidada todos os anos. Pelo menos, espero, veremos o arco íris pela janela. Ou então fazemos uma festa t-shirt molhada. Gosto da ideia de os miúdos andarem à chuva com calor, só não sei se os pais alinham.
Mas que dia foi esse que tu escolheste para nascer!? Ah, é verdade, foi o Sr. Dr. que nos viu 5 minutos, uma semana antes, que escolheu o dia. Esqueceu-se de me avisar que só iria conseguir fazer uma festa de aniversário ao ar livre, sem chuva, quando fizesses 18 anos. Raios partam o tempo. Vá, peço desculpa, sem raios, pode ser? Já me basta a chuva.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

À conversa com a minha sobrinha #2 - A perseguição da lua

A minha sobrinha, que tem sempre questões muito pertinentes e conclusões inteligentes, colocou a seguinte questão à mãe:
- Mãe, a lua anda atrás de todas as pessoas ou só anda atrás de mim porque eu sou gira?

O segundo nome da miúda é Modesta. Assenta-lhe mesmo bem!

Selena, a menina que se indignou com a lua

Era uma vez uma menina chamada Selena, vivia no Palácio Encantado da Infância, no Vale da Fantasia. Tinha "super poderes", mas, por vezes, não sabia como usá-los.
Selena era uma menina feliz, fazia amigos com muita facilidade e nunca se cansava de brincar. Há muito, muito tempo, frequentara um Jardim Encantado da Infância no qual deixara saudades, no qual a chamavam de menina castiça. Na Era atual, frequentava um Jardim Encantado da Infância maior, um Jardim que tinha mais crianças, mais salas e muitos espaços para brincadeiras, que requeria maior capacidade de adaptação. Ainda assim, ela não se intimidava com a grandeza daquele espaço, pois sabia que seria feliz em qualquer lugar e que faria os amigos que quisesse, afinal, tinha "super poderes". Havia, no entanto, uma coisa que ela ainda não compreendera, mesmo com os seus poderes: existia uma bola brilhante que teimava em dormir no teto do seu Palácio, com a qual ela não conseguia conversar nem brincar.
Depois dos dias preenchidos com brincadeiras e amigos, a pequena Selena regressava ao seu Palácio e lá encontrava aquela pequena bola brilhante instalada no teto da sua casa, quer fosse no seu quarto, na sala ou na cozinha, lá estava ela. Ela vivia indignada com aquilo, não sabia se aquela bola também aparecia aos seus amigos. Durante o dia, no Jardim Encantado da Infância, ela nunca a via, no entanto, à noite, quando regressava a casa, lá estava ela. O teto do seu Palácio era transparente e era frequente ver, para além daquela bola, as estrelas.
Numa bela noite, em que a bola lhe apareceu maior do que o costume e ainda mais brilhante, Selena decidiu sair do Palácio às escondidas da sua mãe. Uniu vários lençóis com nós bem apertados e desceu pela parede rugosa do Palácio Encantado, deslizando pela corda elaborada manualmente. Assim que colocou os pés no chão, correu pelas ruelas do Vale da Fantasia. De quando em vez, olhava para cima e lá estava a bola brilhante por cima da sua cabeça. Ela tentava fintar a bola brilhante mudando de direção rapidamente, escondendo-se atrás de um prédio e aparecendo à frente de um outro, metendo-se debaixo da mesa de madeira do Café Feitiço, espreitando pelos espaços entre as ripas de madeira, mas lá estava ela sempre à espreita. Correu a noite inteira e constatou que aquela bola a seguia para todo o lado. Quando chegou à porta do Palácio estava tão cansada que não conseguiu trepar a parede através da corda de lençóis e começou a chorar. O que iria pensar a sua mãe quando a fosse acordar e não a visse na cama? O que lhe iria dizer quando soubesse que ela tinha saído de casa às escondidas? Será que nunca mais iria confiar nela?
Foi então que a Bola Brilhante se apresentou: Olá Selena, eu sou a Lua. Não tenhas medo, eu ando sempre atrás de ti para te proteger, porque fui incumbida dessa missão há muitos anos atrás. Tu não sabes, mas Selena significa "Deusa da Lua". É o que tu és, por isso eu protejo-te. A Lua transformou-se em vírgula, desceu até à altura de Selena em formato de baloiço e transportou-a até ao seu quarto. A mãe de Selena, a rainha Ela, nunca descobriu que Selena não dormira em casa naquela noite. A Lua passou a conversar mais vezes com Selena, passou a ser a sua confidente. E Selena, sempre que precisava, sempre que estava triste, esperava pela noite para falar com a sua protetora.
A Lua explicou-lhe ainda que, de vez em quando, ganhava a forma de uma vírgula para que os pontos finais que aparentavam aparecer na sua vida não fossem definitivos. Assim, Selena poderia alterar a sua história, o importante era que fosse feliz. E assim foi, o livro que relata a história da vida de Selena tem muitas páginas, foi escrito a tinta dourada, com pontuação adequada, com ilustrações sublimes e com um final feliz.

Esta história é dedicada à minha querida sobrinha que faz 5 anos hoje: uma mão cheia de alegria, de felicidade plena e de amor. Aqui estão as conversas que originaram esta história.

Minha pequena Selena, não te lembrarás dos presentes que vais recebendo ao longo da vida, mas isso não é importante. Na verdade, o que eu gostava que recordasses, ao ler esta história inventada/adaptada, são as experiências que nos proporcionaste com a tua maneira de ser, o quanto nos fizeste sonhar e sorrir com as tuas questões e dúvidas. O que eu gostava que recordasses é a infância que tiveste e a criança que foste - espero que ainda sejas um pouco dessa criança quando leres isto.
Parabéns minha pequenina, não tenhas pressa em crescer e lembra-te que todos nós, cada um à sua maneira, seremos a lua que, de vez em quando, se transforma em vírgula. A vírgula que substitui algum ponto final que te faça sofrer. Parabéns e um grande beijo desta tua tia que te adora.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Isto de ser tia tem destas coisas (maravilhosas). Eu sou tua tia, logo existo!

Hoje fui almoçar contigo a casa da avó. Recordei o tempo em que te esperávamos. Recordei o dia do teu nascimento. Verbalizei o quanto já te amávamos enquanto te esperávamos. Disse que te adoro. Dei-te colo, fiz-te festas e beijei-te o rosto. Reafirmei o bem que te desejo. E agora escrevo-o aqui, para que não te lembres de esquecer o que sempre senti por ti.  
No dia (muito longínquo) em que eu deixar de andar por cá, para o caso de a memória me falhar ou se eu deixar de conseguir verbalizar, está aqui escrito, minha sobrinha, que tu és o meu amor. Fui tia antes de ser mãe, passados 3 anos nasceu-me um filho e eu passei a ter 2 amores no estado puro: tu e ele. Sinto-me uma privilegiada por isso. O meu colo tornou-se elástico porque se adapta ao tamanho de cada um de vocês. O meu coração tornou-se elástico porque tem capacidade ilimitada para albergar este tipo de amor (venham mais filhos e mais sobrinhos, estou pronta :)).
Hoje perguntaste-me quando é que eu ia deixar de trabalhar, como que a perguntar-me quando é que vou ter mais tempo livre. Hoje disseste-me que querias ser minha filha, que querias ter 3 mães: a mãe que te fez nascer, a grande mãe que é a avó e eu. Estou aqui a transbordar de alegria por ser digna desse desejo.
Isto de ser tia tem destas coisas (maravilhosas). Eu sou tua tia, logo existo!

Olá Setembro de 2015

Setembro, mês cheio de aniversários de amores meus, estou pronta para viver e comemorar os teus dias!

Créditos de imagem: M.O.D

Vou regressar à escola, ainda que a um ritmo diferente. Candidato-me a 3 Unidades Curriculares, vamos ver como corre.

Adeus meu querido mês de Agosto / Foi assim que aconteceu #3

Ainda não me despedi de Agosto e, mais um pouco, estamos a meio de Setembro. Foi um mês triste. Partiram inesperadamente duas pessoas. Uma numa idade aceitável (se é que isto existe), mas sem aviso. Outra precocemente. Não comemorei o meu dia de anos, mas vou comemorar. No dia não senti felicidade nem euforia para o fazer, nestas coisas não forço sentimentos, respeito-me. Alguns disseram-me que devia comemorar pelo meu filho. Com ele comemorei o que senti que devia e conseguia, cantámos os parabéns, abracei-o, ele abraçou-me, os meus rapazes mimaram-me. Era só isto que eu precisava.
Não quero ensinar o meu filho a fingir no palco da vida real, não quero ensiná-lo a simular a felicidade quando estiver triste, não quero que a alegria seja uma imposição marcada por dias do calendário. Quero que ele saiba que a felicidade, a verdadeira, não se simula nem se enfeita, vive-se. Vive-se, simplesmente e intensamente. Quero que ele sorria de dentro para fora e que não ensaie sorrisos que devem aparecer espontaneamente. Que aprenda que é normal existirem momentos de tristeza. Às vezes estamos tristes e não há mal nenhum nisso. O importante é que a felicidade do que somos sobressaia e se sobreponha aos momentos de tristeza. Que estes não passem disso mesmo, momentos. E que a sua felicidade intrínseca, aquela que eu quero que ele viva, o ajude nos dias menos bons.   
Ainda não comemorei, mas vou comemorar os 39 anos e 1 mês, os 39 anos e 6 meses. Vou comemorar de verdade a felicidade por viver esta vida e por ter o que tenho. 

E porque este mês foi um mês marcado por coisas menos boas, vou passar para aqui o que escrevi acerca do mês de Agosto há dois anos:
"Agosto é o mês da mãe, é o mês do meu aniversário.
Para mim, é um mês com sabor a férias, com cheiro a praia e um dos meses mais coloridos do ano. É o mês dos Mojitos, das Caipirinhas e dos Gins Tónicos. É o mês das saladas e dos gelados. É o mês das caminhadas, de fazer programas diferentes, de fazer pequenas e/ou grandes viagens e de bares. É o mês de sentir o cabelo molhado constantemente, é o mês do bronzeador (no meu caso, mais protetor). É o mês de vestir saias, vestidos e calções. É o mês dos chinelos e do pé descalço. É o mês da liberdade. É um mês leve. É um mês com pouco trânsito em Lisboa (cidade que adoro). É o mês de espetáculos /eventos/atividades ao ar livre. É o mês de mais amigos.
Este ano, as cores deste mês sobressaem ainda mais, os cheiros intensificam-se e, mesmo que chova, não há dias cinzentos. Este mês o semicírculo do arco-íris paira sobre mim do dia 1 ao dia 31. Este mês não há Mojitos, Caipirinhas ou Gins Tónicos, mas há água de uma fonte especial. Este mês não posso abusar dos gelados e não me posso ficar só pelas saladas, mas alimento-te. Este mês continua a ser o mês dos chinelos, mas só dos confortáveis para te suportar. Este mês é o mês de experimentar uma nova forma do verbo amar, o amar de mãe. Este mês é o mês de te partilhar com amigos e familiares, ainda que seja uma partilha restrita. Este mês é o mês da renovação, da boa energia e do sorriso constante. Este mês é o mês de agradecer a vida que tenho. Este mês de Agosto é ainda mais especial que todos os outros. É que este ano, este mês, estou à tua espera, filho! 
Para além das boas sensações típicas deste mês, e para além do amor, está o que sinto por ti!"
Escrito a 1 de Agosto de 2013

Comemorarei em ti, Agosto de 2016, os 40, mas por agora tenho quase 1 ano para me despedir dos 30 em grande. Espera por mim tranquilo e sem pressas, eu quero que este ano passe bem e devagar.