quinta-feira, 28 de setembro de 2017

As férias que eu quero incluir na normalidade dos dias

As férias já lá vão, mas tal como o ano passado foram regeneradoras. Estivemos uma semana sozinhos (os três) e foi perfeito, mesmo contabilizando todas as imperfeições com que nos deparámos: o miúdo com febre na antevéspera da partida, a antibiótico na véspera e com anúncio de mau tempo. Apanhámos mau tempo no dia da chegada e no dia seguinte, dias estes que coincidiram com o início do antibiótico - não nos importámos porque tínhamos indicação para não irmos à praia nestes dias. A partir daí foi sempre bom. Centrámo-nos no facto de termos umas boas férias e conseguimos. Regressámos ao sítio onde já fomos felizes e fomos felizes novamente. As discussões não passaram de simples trocas de ideias. Vivemos aqueles dias sem pressa, tomámos o pequeno almoço devagar, fizemos as refeições sem olhar para o relógio. Abstraímo-nos da internet e da imensidão dos canais de televisão. Soubemos de poucas notícias. Fizemos puzzles, jogámos ao dominó, jogámos à bola e fizemos teatro de fantoches. Encontrámos a água do mar tépida. Reencontrámos o barco queimado e o sítio secreto. Passeámos pela ilha no meio de transporte que escolhemos para estas férias (ele passeou, a nossa função foi mais a de puxar o dito meio de transporte). O miúdo esteve afoito e entrou no mar sem receio. Recuou um pouco quando a prima chegou, talvez porque a viu mergulhar, nadar bem e depressa. Aos poucos voltou ao normal. Ele recebeu uma grande surpresa a meio das férias: a prima. A partir daí as brincadeiras a três passaram a ser, maioritariamente, a dois. Os dois, juntos, andaram de trotinete, brincaram e discutiram, fizeram cabanas na praia, observaram peixes no mar, apanharam berbigão, colecionaram conchas e pedras, dormiram juntos. Deslumbro-me quando os vejo crescer em cumplicidade.
Fui para a Ilha 15 dias a pensar que iria a Lagos, que iria subir ao interior para visitar uma praia fluvial, que daria um pulo até Espanha. Mas, tal como aconteceu o ano passado, não senti qualquer necessidade em sair daquele pedaço de terra. Pelo contrário.
Regressámos à nossa casa e eu não senti a tristeza que senti o ano passado: sei que serei feliz quando regressar. Queremos regressar à Armona no próximo ano e viver a liberdade e a descontração que ela nos proporciona. O miúdo sentiu ambiguidade no regresso: as saudades de casa e o querer viver nas férias.
O regresso à normalidade dos dias fez-me ter (mais) consciência de que vivemos de forma pouco saudável (a todos os níveis). Estou agora a tentar trazer para a realidade dos nossos dias o estado de espírito das férias. Isto tem de ser possível, bolas!
Querida Armona, até para o ano!

A música do regresso:

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