Eu tenho uma tia-irmã e ela faz anos hoje. Ela é irmã da minha mãe. Tem menos 1 ano do que eu. Chegámos a viver juntas. Andámos, até uma certa idade, nas mesmas escolas. Eu defendia-a dos matulões (um tinha a alcunha de ratinho, vejam só o tão forte que eu era para enfrentar um... ratinho). Somos diferentes, mas descobrimos muitas coisas da infância e da adolescência juntas. Tivemos muitas zangas na infância, deixávamos mesmo de nos falar. Nunca mais nos deixámos de falar desde o dia em que a minha bisavó (avó dela) morreu, desde o dia em que a minha tia-irmã bateu à porta da minha casa para me dar a notícia com lágrimas nos olhos e voz trémula. Acho que aprendemos nesse dia que tínhamos de aproveitar mais a nossa amizade. Fizemos muitas viagens de comboio em que fingíamos falar Inglês, Chinês e Alemão (um cruzamentos destas 3 línguas, vá). Fizemos muitas viagens de comboio em que cantávamos (uma das músicas, e disso eu lembro-me, era a Cinderela do Carlos Paião). Conhecemos muitos sítios juntas (fomos a muitas excursões). Brincámos juntas tantas vezes, tantas, tantas. Dormimos muitas vezes naqueles compartimentos dos comboios da CP que faziam o percurso Barreiro-Algarve. Simulámos que cada uma de nós vivia em determinada divisão da casa e criámos muitas brincadeiras à volta disso. Passámos férias grandes e pequenas juntas. Começámos a namorar (a sério) na mesma altura. Crescemos e não nos separámos. Fomos e somos confidentes. Não deixámos de nos preocupar uma com a outra. Eu sou madrinha do filho dela. Ela é madrinha do meu filho. Eu gosto mesmo muito dela. Ela faz parte das minhas pessoas. É verdade, eu que não sou nada de possessividades, tenho pessoas... no coração. Que lamechas que eu estou. Parabéns tia-irmã, nem é preciso escrever o bem que te desejo, está implícito no que continuamos a ser uma para outra.
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