... até ter um novo motivo para o fazer.
O primeiro dia foi no dia 12 de Setembro de 2016. Planeei um dia tranquilo, em que tomaríamos o pequeno almoço calmamente, em que não me chatearia com nada, em que fotografaríamos o momento para mais tarde recordar. Claro que não foi nada disto que aconteceu: houve nervos da minha parte, houve atrasos, houve stress, houve uma birra descomunal, pensei até que iria dar-lhe uma palmada (descontrolo completo), houve lágrimas. Até dores no peito senti. Não foi, decididamente, um bom dia para ser o 1.º de escola. Pelo motivo de que falei aqui, eu estava muito sensível (triste mesmo). Quando a minha irmã me perguntou: Sabes o que não é suposto fazer num primeiro dia de aulas? - a minha sobrinha entrou no 1.º ano do 1.º ciclo do Ensino Básico -, respondi: sei, foi precisamente isso que eu fiz. Não sei se por solidariedade, ela sentiu o mesmo, deve ser de família.
Tirei uma semana de férias para a adaptação e tive muita disponibilidade para me dedicar ao meu filho nesta nova etapa.
Tirei uma semana de férias para a adaptação e tive muita disponibilidade para me dedicar ao meu filho nesta nova etapa.
Os primeiros dias:
Ficou sem chorar no primeiro dia; agarrou-me o rosto, deu-me um beijo e lá foi ele sem chorar. Fiquei espantada, claro. Quando cheguei, uma hora e meia depois, chorou quando me viu.
No segundo dia ficou num pranto, gritou "mamã, só mais um abracinho" quando o deixei no colo da auxiliar. Saí de lá num pranto. Quando cheguei, uma hora e meia depois, estava feliz, correu para me abraçar, mas sem qualquer tristeza.
No terceiro e no quarto dias ainda chorou quando o deixei, mas encontrei-o sempre bem quando o fui buscar; já almoçou na escola. No quinto dia, houve um beicinho, mas nada de choro. Na semana seguinte, segunda feira não dormiu na escola, mas a partir de terça-feira passou a dormir com os amigos.
Na escola sempre dormiu sem fralda - desde as férias, em Agosto, que dorme a sesta sem fralda, demos continuidade à prática. Descuidou-se 3 ou 4 vezes na escola, ficou sempre muito preocupado, mas o acontecimento sempre foi desvalorizado pela educadora e pela auxiliar - tínhamos conversado acerca deste assunto e disse-lhes claramente que nunca ralhei com ele por causa dos descuidos. Peço-lhe para não andar aflito muito tempo porque lhe faz mal, mas não ralho; para mim não faz sentido ralhar nesta situação, menos ainda quando isso acontece durante a sesta. Não sei o que aconteceu, mas depois do último descuido durante a hora da sesta ele disse-me que não queria ir mais à escola, que a educadora estava zangada. Sentei-me ao nível dele, disse-lhe que a educadora me tinha dito, mas que não estava zangada; reforcei que não há qualquer problema, acontece; disse-lhe que já tinha lençóis lavados na mala para o dia seguinte; o pai relatou à educadora o receio dele e ela tranquilizou-o. Julgo que viu a educadora atrapalhada num dia em que houve muitos descuidos. Eu... Eu escutei-o, não ignorei o seu receio, mas não o enfatizei. Conversámos sobre o assunto, emiti a minha opinião e, julgo, o assunto ficou resolvido na cabeça dele. Ainda estou a aprender o meu papel neste trio: mãe/filho/educadora ou pais/criança/escola.
Há semanas que andava a dizer que não queria a fralda da noite. É verdade que a fralda, algumas vezes, estava praticamente seca de manhã; outras, nem por isso. Sexta feira passada ele insistiu e eu assenti. Aguentou a noite inteira, fez chichi na cama por volta das 7 da manhã, acordou aflito, mas tudo bem. Disse-lhe que tinha conseguido ficar muito tempo sem fazer chichi. Desde então, tem dormido sem fralda. A meio da noite levanto-o para fazer chichi, ele nem acorda. No próximo fim de semana vou deixar de o fazer.
Se sinto arrependimento em relação à minha escolha?
Não foi bem uma escolha. Teve de ser. Continuo a espreitar o facebook da escola que foi a minha primeira opção. Continuo a identificar-me com o que lá praticam. Há coisas que são feitas na escola do meu filho que eu faria de forma diferente. Pergunto-me muitas vezes se mudará de escola no próximo ano.
Penso muitas vezes que é bem possível que eu tenha tirado a licenciatura em Educação Básica só para ter um papel mais ativo na educação do meu filho; há coisas que considero fundamentais que se não forem feitas na escola que ele frequenta, serão feitas comigo. Lembro-me de há uns anos me terem falado no ensino doméstico e eu ter achado a ideia mais estapafúrdia de sempre. Hoje, não sei se vou tão longe, mas estou inclinada para o meio termo (que não é bem meio porque eu trabalho a tempo inteiro). Hoje vou a uma reunião como encarregada de educação pela primeira vez. Por agora, continuamos assim.
O que é que eu sinto?
Sinto-o bem. Quando chego ao final da tarde, ele não tem pressa em despedir-se de quem lá fica, embora fique feliz por me ver. Fala de algumas coisas que acontecem na escola, no entanto ainda não relata de forma espontânea os acontecimentos. Canta algumas músicas. Vai ao jardim e ao parque. Melhorou a capacidade de descrever: conta-nos histórias. Apanhei o pai a chorar quando, numa destas noites, o nosso miúdo trocou o papel de ouvinte de histórias pelo de contador de histórias. Apaixonou-se perdidamente por jogos (lego, puzzle, dominó). Tem ginástica e música. No entanto, ainda diz muitas vezes que não quer ir para a escola, diz que quer ficar comigo e com o pai - devemos ser muito fixes, o miúdo prefere-nos à animação da escola... Na escola sempre dormiu sem fralda - desde as férias, em Agosto, que dorme a sesta sem fralda, demos continuidade à prática. Descuidou-se 3 ou 4 vezes na escola, ficou sempre muito preocupado, mas o acontecimento sempre foi desvalorizado pela educadora e pela auxiliar - tínhamos conversado acerca deste assunto e disse-lhes claramente que nunca ralhei com ele por causa dos descuidos. Peço-lhe para não andar aflito muito tempo porque lhe faz mal, mas não ralho; para mim não faz sentido ralhar nesta situação, menos ainda quando isso acontece durante a sesta. Não sei o que aconteceu, mas depois do último descuido durante a hora da sesta ele disse-me que não queria ir mais à escola, que a educadora estava zangada. Sentei-me ao nível dele, disse-lhe que a educadora me tinha dito, mas que não estava zangada; reforcei que não há qualquer problema, acontece; disse-lhe que já tinha lençóis lavados na mala para o dia seguinte; o pai relatou à educadora o receio dele e ela tranquilizou-o. Julgo que viu a educadora atrapalhada num dia em que houve muitos descuidos. Eu... Eu escutei-o, não ignorei o seu receio, mas não o enfatizei. Conversámos sobre o assunto, emiti a minha opinião e, julgo, o assunto ficou resolvido na cabeça dele. Ainda estou a aprender o meu papel neste trio: mãe/filho/educadora ou pais/criança/escola.
Há semanas que andava a dizer que não queria a fralda da noite. É verdade que a fralda, algumas vezes, estava praticamente seca de manhã; outras, nem por isso. Sexta feira passada ele insistiu e eu assenti. Aguentou a noite inteira, fez chichi na cama por volta das 7 da manhã, acordou aflito, mas tudo bem. Disse-lhe que tinha conseguido ficar muito tempo sem fazer chichi. Desde então, tem dormido sem fralda. A meio da noite levanto-o para fazer chichi, ele nem acorda. No próximo fim de semana vou deixar de o fazer.
Se sinto arrependimento em relação à minha escolha?
Não foi bem uma escolha. Teve de ser. Continuo a espreitar o facebook da escola que foi a minha primeira opção. Continuo a identificar-me com o que lá praticam. Há coisas que são feitas na escola do meu filho que eu faria de forma diferente. Pergunto-me muitas vezes se mudará de escola no próximo ano.
Penso muitas vezes que é bem possível que eu tenha tirado a licenciatura em Educação Básica só para ter um papel mais ativo na educação do meu filho; há coisas que considero fundamentais que se não forem feitas na escola que ele frequenta, serão feitas comigo. Lembro-me de há uns anos me terem falado no ensino doméstico e eu ter achado a ideia mais estapafúrdia de sempre. Hoje, não sei se vou tão longe, mas estou inclinada para o meio termo (que não é bem meio porque eu trabalho a tempo inteiro). Hoje vou a uma reunião como encarregada de educação pela primeira vez. Por agora, continuamos assim.
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