O meu filho ficou comigo a tempo inteiro até aos 9 meses. Ficou comigo a meio tempo entre os 9 e os 13 meses (a minha mãe ficava com ele 4/5 horas, às vezes menos). O meu filho ficou com a minha mãe a tempo inteiro entre os 13 e os 18 meses. E desde então está com a Ama. A pessoa com quem está, tirando a minha mãe ou a minha avó (noutros tempos, hoje a minha avó já não consegue ficar com ele), é a única pessoa a quem confiamos o nosso filho. Se ela não existisse, a solução seria a creche.
Aos 18 meses, a adaptação foi medonha; para mim, esta idade não era a ideal, mas não tive alternativa. Aproveitei uma semana de férias, de maneira a que a integração fosse gradual, mas foi difícil. Ele ficava sempre a chorar, desesperado, aflito e a gritar por mim. Eu saía de lá a chorar. Telefonava para o pai e dizia que não conseguia. Ele estava com dificuldades. E eu também. Ele chamava por mim várias vezes ao longo do dia. Eu sentia que estava a falhar com ele: como é que eu o podia deixar naquele sofrimento, logo eu que o devia proteger de tudo.
O tempo foi passando e ele foi-se adaptando. Chegou o dia em que esticou os braços para ir para o colo da Ama. Fiquei feliz, tão feliz. Começou a ter as suas rotinas e a gostar de estar lá. Passeavam muito. Começou a chamar pela Ama em casa. Eu fiquei feliz com isto. Hoje, o menino que estava com ele já não está, foi viver para a China (terra dos pais). O tempo está mais frio, os dias são mais pequenos e não há tantos passeios. Quando chego ao pé dele já é quase de noite e já não vamos ao parque tantas vezes. Sinto-o mais triste, sinto que quer estar mais tempo connosco. Nos últimos dias, pergunta-nos sempre se vamos trabalhar. Diz que não quer ir para a Ama. No outro dia, disse ao pai que também queria ir trabalhar. Se sou eu a ir deixá-lo de manhã (não é habitual) chora. E o meu coração fica pequeno. Tenho de encontrar uma alternativa. Preciso de o sentir bem. Sinto que ele precisa de mais atividade, de correr mais, de brincar mais, de mais espaço, de mais gente.
A verdade é que queria ser eu a ficar com ele. A verdade é que eu queria ser mãe a tempo inteiro.
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