- Filho, olha que tu cais - digo eu, quando ele tenta fazer do fraldário um insuflável.
- A mãe, depois, apanha - responde ele.
Mal sabe ele que o apanharei sempre que ele precisar.
*
- Filho o que é que estás a fazer?
- Brincadeiras.
Ele julga que brincadeiras e asneiras são a mesma coisa.
*
- Ai nossa Senhora da Agrela! - imita-me ele.
*
- Mau Maria - digo eu.
- Que o gato já mia - responde ele.
Não há reclamações a fazer, o miúdo já sabe alguns Provérbios.
*
- Não comas tudo, cavalo! - digo eu, enquanto simulo que dou uma colher de sopa ao cavalo.
- Mamã, o cavalo não abre a boca! - responde ele, como quem diz: não sejas parva, eu sei bem que esse cavalo não come.
Ontem, eu podia dizer que as estrelas iam dormir, que a lua estava a chegar ou que o vento ia para a casa dele. Hoje, ele contra-argumenta, fazendo-me passar por uma pessoa tonta que tem conversas sem qualquer sentido.
*
- Ele está a crescer, não é? - pergunto-me.
- Sim, basicamente ele está a crescer desde o dia em que nasceu; aliás, ele está a crescer desde o dia em que foi concebido. Já devias estar habituada, nunca foi diferente - respondo-me.
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