A minha mãe repete as histórias da nossa infância como se fosse a primeira vez que as contasse. Nós fazemos um ar de espanto (mais de gozo) como se fosse a primeira vez que as ouvíssemos. Ela sorri e ignora-nos, continua a debitar relatos como se os mesmos tivessem acabado de acontecer. Julgo que isto é uma coisa das mães em geral e não da minha em particular. Mas eis que no outro dia apresentou-me uma característica, de que nunca tinha falado, da criança que fui. Contou-me que em criança era uma miúda muito atenta aos pormenores, que parava para observar as pedras da rua, que as apanhava, que perdia tempo com "coisas pequenas", como as folhas no chão, as flores, etc. Isto só me chamou a atenção porque o miúdo pequeno cá de casa para para observar tudo: para mexer na folha ou na casca da árvore que está no chão, nas pedras soltas da calçada, na areia que está ao canto dos prédios, nas caixas de correio dos prédios vizinhos e por aí adiante. Costumo dizer que um dia destes aparece-me com um cocó seco de cão na mão... Ou de outro animal qualquer.
Um dia destes andava a cirandar aqui pelas redondezas e reparou que o passeio está estragado: há pequenas extensões de passeio que não têm as pedras colocadas nos devidos sítios (buracos, portanto); outras estão fora do puzzle, encostadas à parede dos prédios. Aquilo esteticamente não lhe pareceu bem e o seu trabalho foi transportar pedras com uma pá de praia de um lado para o outro para tapar os buracos. Primeira percepção acerca do que ele quer ser quando for grande: calceteiro.
A segunda percepção é de que o miúdo pode vir a ser mecânico: Porque gosta muito de ferramentas, parafusos, carros, garagens e afins; porque tenta desmanchar tudo o que apanha; e porque tem a mania que pode e sabe arranjar tudo.
Jardineiro também é uma hipótese, na medida em que ele adora andar de regador na mão e, sempre que possível, mangueira.
Por fim, e sinal de que nem tudo está perdido (brincadeira, seja lá o que ele for, nada está perdido; ele será o que ele quiser; já falei disso aqui), um dia destes disse-nos que tinha uma banda: ele, o Bitá, o Tomás e um outro (não me lembro o nome). O Tomás e o Bitá tocam bateria, o outro toca guitarra. Perguntei-lhe o que é que ele toca, ele respondeu: Maracas. E pronto, também há a hipótese de o meu filho vir a ser tocador de maracas. A banda chama-se Batuta. Se quiserem comprar bilhetes, já estão à venda, mas atenção, 3 dos 4 elementos da banda são imaginários. Um dos requisitos para assistir ao espetáculo é ter uma elevada capacidade de fantasiar - não é para todos.
Ele continuou a insistir nisto da banda, mas houve alterações: agora toca tambor. Ufa, não é por nada, mas um tambor sempre é um tambor (sem ofensa às maracas).
Não consigo encontrar um destes. Assim sendo, sai uma panela e uma colher de pau. Haja imaginação (por acaso, já usámos a colher de pau e um banco de madeira para simular uma bateria).
A propósito da última hipótese, seria interessante pôr uma música a tocar, colocar instrumentos à disposição das crianças e pedir para irem trocando de instrumento de acordo com a instrução (dada pelo adulto). Quem diz instrumentos, diz objetos que os possam substituir. O importante é pôr os miúdos a explorar instrumentos e sons, a fazer barulho e a gastar energia (vizinhos, desculpem).
A segunda percepção é de que o miúdo pode vir a ser mecânico: Porque gosta muito de ferramentas, parafusos, carros, garagens e afins; porque tenta desmanchar tudo o que apanha; e porque tem a mania que pode e sabe arranjar tudo.
Jardineiro também é uma hipótese, na medida em que ele adora andar de regador na mão e, sempre que possível, mangueira.
Por fim, e sinal de que nem tudo está perdido (brincadeira, seja lá o que ele for, nada está perdido; ele será o que ele quiser; já falei disso aqui), um dia destes disse-nos que tinha uma banda: ele, o Bitá, o Tomás e um outro (não me lembro o nome). O Tomás e o Bitá tocam bateria, o outro toca guitarra. Perguntei-lhe o que é que ele toca, ele respondeu: Maracas. E pronto, também há a hipótese de o meu filho vir a ser tocador de maracas. A banda chama-se Batuta. Se quiserem comprar bilhetes, já estão à venda, mas atenção, 3 dos 4 elementos da banda são imaginários. Um dos requisitos para assistir ao espetáculo é ter uma elevada capacidade de fantasiar - não é para todos.
Ele continuou a insistir nisto da banda, mas houve alterações: agora toca tambor. Ufa, não é por nada, mas um tambor sempre é um tambor (sem ofensa às maracas).
Imagem retirada daqui
Não consigo encontrar um destes. Assim sendo, sai uma panela e uma colher de pau. Haja imaginação (por acaso, já usámos a colher de pau e um banco de madeira para simular uma bateria).
A propósito da última hipótese, seria interessante pôr uma música a tocar, colocar instrumentos à disposição das crianças e pedir para irem trocando de instrumento de acordo com a instrução (dada pelo adulto). Quem diz instrumentos, diz objetos que os possam substituir. O importante é pôr os miúdos a explorar instrumentos e sons, a fazer barulho e a gastar energia (vizinhos, desculpem).
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