Gosto tanto quando dizem, peremptoriamente, que a amamentação ajuda/melhora a vinculação entre a mãe e o bebé. Em que situações? Pergunto.
Naquelas em que a mãe se encolhe com dores? Ou naquelas em que a mãe deseja que aquele momento único (leia-se tormento repetido) termine? Ah, já sei, deve ser naquela situação em que o bebé chora desalmadamente porque não consegue mamar. Preciso de rever urgentemente o que é isso da vinculação. E não, não é para justificar o facto de não ter amamentado, porque, em primeiro lugar, não tenho nada para justificar, em segundo, amamentei.
As mesmas pessoas dizem que o facto de o bebé procurar o olhar da mãe durante a amamentação e ela corresponder é sinal de que se está a estabelecer a vinculação entre os dois. É tudo muito bonito, mas lembro-me tão bem de o meu filho comer a primeira papa no biberão e olhar-me nos olhos, demoradamente, como nunca o tinha feito até ali (no momento da alimentação). É que quando eu estava a amamentar, a posição em que ele estava não permitia um contacto visual tão direto como quando lhe dava o biberão. Talvez não tenha aprendido a amamentar, pode ser isso, mas a verdade é esta.
Nos primeiros tempos foi doloroso, ele procurava desenrascar-se, eu também. Era aflitivo saber que ele estava com fome, que eu tinha leite e que não conseguia satisfazer-lhe esta necessidade. Foi duro e fez-me questionar várias vezes se estava a fazer o melhor para os dois. Lá fui insistindo e as coisas melhoraram. Por outro lado, quando ele estava desconfortável eu encostava-o ao meu peito, olhava para os seus grandes olhos brilhantes e sorria enquanto conversava calmamente com ele, colocava a minha mão em concha no seu pequeno rosto, massajava-o, cantava-lhe baixinho, conversava com ele, dizia-lhe que o amava. Amava-o. E ele acalmava, mais tarde começou a sorrir como forma de resposta à minha conversa, depois a palrar e por aí adiante. Acho que em tudo isto é que se estabelece a vinculação. Acho, sinceramente, que não é no acto de amamentar que a vinculação se estabelece, mas se a amamentação correr sobre rodas desde o primeiro dia, deve ajudar. Não foi o meu caso.
Outro argumento é o do aumento das defesas. Tendo amamentado por opção e acreditando em alguns benefícios, tenho a dizer, por experiência própria, que nem sempre é como dizem. Isto, ao contrário do que alguns dizem veemente, não é matemática. Amamentei em exclusivo até aos seis meses, o primeiro leite artificial que o meu filho bebeu foi aos 13, no entanto teve bronquiolite, dermatite seborreica/crosta láctea até aos olhos, otite. Se podia ter mais chatices destas e de outras se não amamentasse!? Talvez, não sei. Mas não foi porque amamentei que ficou imune. Apesar de escrever isto continuo a favor da amamentação, mas sobretudo sou a favor da opção de escolha: quem quer/quem pode, amamenta; quem não quer/não pode, não amamenta. Simples.
O que me irrita nas opiniões acerca da maternidade são as posições extremistas que se assumem em relação aos temas, como de uma guerra se tratasse. Também ouve quem me olhasse de esguelha e com espanto porque o miúdo aos 12 meses ainda mamava. E que me dissesse que deveria parar de amamentar para ele ser mais independente. Ouvi de tudo e qualquer uma das posições me irrita.
Se tiver outro filho, será que amamentarei? Tal como da primeira vez, eu gostava, no entanto, farei o que fiz da primeira vez; se conseguir, se isso não puser em causa o meu bem estar físico e psicológico e, consequentemente, o do bebé, amamentarei; caso contrário, seguirei outra opção. Tentarei impor um limite, porque os primeiros tempos não são fáceis, pelo menos para mim, a este nível, não foram, e procurarei respeitar esse limite. Eu gostava, mas na equação de uma eventual nova amamentação (eventual porque ainda não sei se terei um segundo filho, quanto mais uma segunda experiência de amamentação), tem a variável filho mais velho que também precisa de mim. E, confesso, amamentar é cansativo, requer disponibilidade, não há horas marcadas para o bebé mamar, não há hipótese de delegar, se o bebé não tiver o peso dentro dos parâmetros normais pode ser uma preocupação, até porque não há Conta-Kms (neste caso Conta-mL) para se verificar a quantidade de leite que o bebé mamou. Devíamos vir equipadas com esta opção, mas a natureza não nos dotou de tal equipamento. Assim sendo, se tiver um segundo filho, tentarei não stressar muito e viver bem com a opção que tome, sem culpas.
Naquelas em que a mãe se encolhe com dores? Ou naquelas em que a mãe deseja que aquele momento único (leia-se tormento repetido) termine? Ah, já sei, deve ser naquela situação em que o bebé chora desalmadamente porque não consegue mamar. Preciso de rever urgentemente o que é isso da vinculação. E não, não é para justificar o facto de não ter amamentado, porque, em primeiro lugar, não tenho nada para justificar, em segundo, amamentei.
As mesmas pessoas dizem que o facto de o bebé procurar o olhar da mãe durante a amamentação e ela corresponder é sinal de que se está a estabelecer a vinculação entre os dois. É tudo muito bonito, mas lembro-me tão bem de o meu filho comer a primeira papa no biberão e olhar-me nos olhos, demoradamente, como nunca o tinha feito até ali (no momento da alimentação). É que quando eu estava a amamentar, a posição em que ele estava não permitia um contacto visual tão direto como quando lhe dava o biberão. Talvez não tenha aprendido a amamentar, pode ser isso, mas a verdade é esta.
Nos primeiros tempos foi doloroso, ele procurava desenrascar-se, eu também. Era aflitivo saber que ele estava com fome, que eu tinha leite e que não conseguia satisfazer-lhe esta necessidade. Foi duro e fez-me questionar várias vezes se estava a fazer o melhor para os dois. Lá fui insistindo e as coisas melhoraram. Por outro lado, quando ele estava desconfortável eu encostava-o ao meu peito, olhava para os seus grandes olhos brilhantes e sorria enquanto conversava calmamente com ele, colocava a minha mão em concha no seu pequeno rosto, massajava-o, cantava-lhe baixinho, conversava com ele, dizia-lhe que o amava. Amava-o. E ele acalmava, mais tarde começou a sorrir como forma de resposta à minha conversa, depois a palrar e por aí adiante. Acho que em tudo isto é que se estabelece a vinculação. Acho, sinceramente, que não é no acto de amamentar que a vinculação se estabelece, mas se a amamentação correr sobre rodas desde o primeiro dia, deve ajudar. Não foi o meu caso.
Outro argumento é o do aumento das defesas. Tendo amamentado por opção e acreditando em alguns benefícios, tenho a dizer, por experiência própria, que nem sempre é como dizem. Isto, ao contrário do que alguns dizem veemente, não é matemática. Amamentei em exclusivo até aos seis meses, o primeiro leite artificial que o meu filho bebeu foi aos 13, no entanto teve bronquiolite, dermatite seborreica/crosta láctea até aos olhos, otite. Se podia ter mais chatices destas e de outras se não amamentasse!? Talvez, não sei. Mas não foi porque amamentei que ficou imune. Apesar de escrever isto continuo a favor da amamentação, mas sobretudo sou a favor da opção de escolha: quem quer/quem pode, amamenta; quem não quer/não pode, não amamenta. Simples.
O que me irrita nas opiniões acerca da maternidade são as posições extremistas que se assumem em relação aos temas, como de uma guerra se tratasse. Também ouve quem me olhasse de esguelha e com espanto porque o miúdo aos 12 meses ainda mamava. E que me dissesse que deveria parar de amamentar para ele ser mais independente. Ouvi de tudo e qualquer uma das posições me irrita.
Se tiver outro filho, será que amamentarei? Tal como da primeira vez, eu gostava, no entanto, farei o que fiz da primeira vez; se conseguir, se isso não puser em causa o meu bem estar físico e psicológico e, consequentemente, o do bebé, amamentarei; caso contrário, seguirei outra opção. Tentarei impor um limite, porque os primeiros tempos não são fáceis, pelo menos para mim, a este nível, não foram, e procurarei respeitar esse limite. Eu gostava, mas na equação de uma eventual nova amamentação (eventual porque ainda não sei se terei um segundo filho, quanto mais uma segunda experiência de amamentação), tem a variável filho mais velho que também precisa de mim. E, confesso, amamentar é cansativo, requer disponibilidade, não há horas marcadas para o bebé mamar, não há hipótese de delegar, se o bebé não tiver o peso dentro dos parâmetros normais pode ser uma preocupação, até porque não há Conta-Kms (neste caso Conta-mL) para se verificar a quantidade de leite que o bebé mamou. Devíamos vir equipadas com esta opção, mas a natureza não nos dotou de tal equipamento. Assim sendo, se tiver um segundo filho, tentarei não stressar muito e viver bem com a opção que tome, sem culpas.
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