Um professor eloquente, expressivo e sem medo de exprimir as suas opiniões.
Um professor que verbalizou que as crianças com a idade do meu filho, aproximadamente, não têm intenção de provocar. Discordei e confesso que tive vontade de lhe entregar a minha cria durante uns tempos para ele descrever e designar determinados comportamentos que a mini pessoa que habita lá em casa apresenta com toda a sua graça. Diz que é só para chamar a minha atenção...
Um professor que diz, sem rodeio nem delicadeza, que a Intervenção Precoce é uma coisa bizarra. Tocou numa área que me é querida; confesso que tive vontade de o mandar calar. Ele não foi muito claro, mas mais tarde percebi o que ele queria dizer: a (des)organização da Intervenção Precoce e a forma como (não) opera em Portugal é que é algo bizarro. Hoje, compreendo-o.
Um professor que questiona a importância e utilidade de sabermos os estádios do desenvolvimento cognitivo de Piaget. Depois de colocada a questão seguiu-se um silêncio. Ele quebrou o silêncio dizendo que, pela sua experiência, os estudantes não partem deste conhecimento para realizar os seus trabalhos; no final é que procuram uma ou outra referência da Teoria de Piaget para colocar na Bibliografia. Não sei se pôs em causa a veracidade da Teoria de Piaget ou se apenas questionou a forma como utilizamos o conhecimento que temos a seu respeito. Uma questão, aparentemente, provocadora que causou estranheza a todos, no entanto ninguém argumentou. Hoje ter-lhe-ia respondido: Muitas vezes, para a exclusão. Julgo que quem não conhece a teoria profundamente (é o meu caso, foi abordada no curso que tirei, mas de forma superficial) deve extrapolar o que é definido em cada estádio, deve relacioná-lo com o meio em que a criança está inserida e com a vida que a criança tem, deve procurar compreender a evolução da criança no seu todo e não fechá-la em compartimentos - dos 2 aos 7 anos deve fazer isto; se não faz tem um problema/uma dificuldade. Não sei se o problema é não termos um conhecimento mais profundo sobre a Teoria (um outro professor chegou a dizer-me que devíamos conhecer melhor Piaget), se é não sabermos o que fazer com ela ou se é considerarmos que é inquestionável. Mas, para mim, com a questão que este professor colocou, tornou-se importante refletir sobre a sua utilidade.
No final do ano letivo, que terminou há semanas, guardei uma ideia que este professor enfatizou: é mais importante e justo avaliar uma criança tendo em consideração o seu progresso - o que a criança consegue fazer no início do ano letivo e no final, por exemplo - do que compará-la com qualquer outra da mesma idade e, supostamente, no mesmo estádio de desenvolvimento. Avaliar o progresso da criança, elogiá-la nas vitórias, relembrá-la do que já conseguiu alcançar e de como enfrentou as dificuldades, parece-me, claramente, mais justo e mais frutífero. Este professor fartou-se de falar na importância de estarmos atentos ao progresso de cada criança. E eu, neste ponto, sempre concordei com ele.
Nota final (atualização): As comparações, muitas vezes, parecem inevitáveis. Talvez por ter ter sido tantas vezes comparada a alguém ou porque é algo intrínseco ao ser humano, por vezes, dou por mim a comparar o meu filho com A ou com B em pequenas coisas, à procura de semelhanças e/ou de diferenças. Não acontece muitas vezes e em algumas delas tento contrariar essa tendência, na medida em que acredito que não me leva a lado nenhum; outras vezes, acontece simplesmente e nem perco tempo a pensar no assunto.
Compreendo que existam parâmetros médios de referência que devemos ter em consideração para avaliar o desenvolvimento de uma criança, no entanto julgo que não nos podemos restringir a eles sem ter em consideração outros aspetos, nomeadamente a história da criança.
No final do ano letivo, que terminou há semanas, guardei uma ideia que este professor enfatizou: é mais importante e justo avaliar uma criança tendo em consideração o seu progresso - o que a criança consegue fazer no início do ano letivo e no final, por exemplo - do que compará-la com qualquer outra da mesma idade e, supostamente, no mesmo estádio de desenvolvimento. Avaliar o progresso da criança, elogiá-la nas vitórias, relembrá-la do que já conseguiu alcançar e de como enfrentou as dificuldades, parece-me, claramente, mais justo e mais frutífero. Este professor fartou-se de falar na importância de estarmos atentos ao progresso de cada criança. E eu, neste ponto, sempre concordei com ele.
Nota final (atualização): As comparações, muitas vezes, parecem inevitáveis. Talvez por ter ter sido tantas vezes comparada a alguém ou porque é algo intrínseco ao ser humano, por vezes, dou por mim a comparar o meu filho com A ou com B em pequenas coisas, à procura de semelhanças e/ou de diferenças. Não acontece muitas vezes e em algumas delas tento contrariar essa tendência, na medida em que acredito que não me leva a lado nenhum; outras vezes, acontece simplesmente e nem perco tempo a pensar no assunto.
Compreendo que existam parâmetros médios de referência que devemos ter em consideração para avaliar o desenvolvimento de uma criança, no entanto julgo que não nos podemos restringir a eles sem ter em consideração outros aspetos, nomeadamente a história da criança.
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