Não são pensamentos que originaram boas ideias: não fiz nenhuma descoberta grandiosa, nem encontrei uma forma de garantir um ordenado fazendo só o que me apetece. É mais uma tempestade de pensamentos confusos que se atropelam e que me baralham o cérebro em poucos segundos.
Termino a sexta feira com uma hora de espera por uma consulta de gastroenterologia, como se isso valesse muito a pena. Talvez valha, a médica é atenta e atenciosa, meticulosa e interessada. Esqueço-me ao que vou. Ela (não a Dra., uma Ela) telefona-me, digo-lhe que estou à espera que me chamem. Ela responde-me do outro lado: é pá tanto tempo, seja lá qual for o resultado, é melhor saberes já. Cai-me a moeda e penso que os ataques de sinceridade desta "gaja", por vezes, funcionam como bigornas em cima da minha cabeça. Vou saber o resultado de uma biopsia a um pólipo que me encontraram no tubo digestivo há 4 anos. Grande achado, penso. Pelo meio fui mãe e se sempre tive muita vontade de viver, com a maternidade essa vontade aumentou exponencialmente. Dramatizo, mas não consigo ignorar que carrego o peso da hereditariedade: o meu pai morreu com cancro no duodeno. E penso que o pólipo continua lá.
Relembro que há quase um mês cheguei ao hospital para fazer uma endoscopia com anestesia, mas decidi que a faria sem adormecimento porque o anestesista estava atrasado. Só de pensar na espera pelo Sr. Dr. e nas 2 horas que teria de lá ficar depois de a dita feita, desisti e anunciei à assistente que a faria sem anestesia. Ela, meio incrédula, anunciou a novidade à médica; até me pareceu bastante contente com a minha decisão, possivelmente estava na mudança de turno e dava-lhe jeito que a coisa não atrasasse muito. A verdade é que eu queria falar com a médica assim que aquilo terminasse; queria que ela me adivinhasse o resultado do exame.
Voltando à espera de sexta feira, depois daquele telefonema comecei a pensar nas hipóteses do resultado. Não são assim tantas: ou o resultado é bom, ou é mau. Pensei no meu pai. Pensei no meu filho. Pensei nas minhas pessoas. Pensei na vida. Pensei no que duas miúdas, mais novas do que eu, com mais filhos do que eu, estão a passar. Em algum momento devem ter tido uma consulta em que aguardaram uma resposta positiva, mas depararam-se com uma negativa. Tenho sempre mais medo dos resultados do que fazer os exames, é fácil perceber o motivo. Talvez eu estivesse em vantagem, a Dra. já me tinha dito, assim que terminou a endoscopia, que não viu alterações de tamanho desde 2012, que o aspeto era o mesmo e que, possivelmente, o resultado seria semelhante. Tudo se confirmou, mas tive ali uns momentos em que pensei: e se esta porcaria acusa algo menos bom (leia-se cancro), o que faria, como reagiria, o que mudaria na minha vida. Pensei que se aquela porcaria fosse má, pegava nas poupanças e ia viajar com os miúdos. E se fosse boa, porque não faria o mesmo? Que mania esta, a de adiarmos o que merecemos e podemos fazer. Porque é que não vivemos isto como se fosse sempre o final do Verão? A aproveitar tudo ao máximo. A verdade é que, de um momento para o outro, começa a trovejar e só aí é que nos lembramos do que poderíamos ter feito quando estava bom tempo. Continuo com a gastrite e com a bactéria por aniquilar. Vou ter de repetir o cocktail de antibióticos e realizar um exame mais completo para perceber a origem, mas isto, considerando outras hipóteses, são boas notícias.
Relembro que há quase um mês cheguei ao hospital para fazer uma endoscopia com anestesia, mas decidi que a faria sem adormecimento porque o anestesista estava atrasado. Só de pensar na espera pelo Sr. Dr. e nas 2 horas que teria de lá ficar depois de a dita feita, desisti e anunciei à assistente que a faria sem anestesia. Ela, meio incrédula, anunciou a novidade à médica; até me pareceu bastante contente com a minha decisão, possivelmente estava na mudança de turno e dava-lhe jeito que a coisa não atrasasse muito. A verdade é que eu queria falar com a médica assim que aquilo terminasse; queria que ela me adivinhasse o resultado do exame.
Voltando à espera de sexta feira, depois daquele telefonema comecei a pensar nas hipóteses do resultado. Não são assim tantas: ou o resultado é bom, ou é mau. Pensei no meu pai. Pensei no meu filho. Pensei nas minhas pessoas. Pensei na vida. Pensei no que duas miúdas, mais novas do que eu, com mais filhos do que eu, estão a passar. Em algum momento devem ter tido uma consulta em que aguardaram uma resposta positiva, mas depararam-se com uma negativa. Tenho sempre mais medo dos resultados do que fazer os exames, é fácil perceber o motivo. Talvez eu estivesse em vantagem, a Dra. já me tinha dito, assim que terminou a endoscopia, que não viu alterações de tamanho desde 2012, que o aspeto era o mesmo e que, possivelmente, o resultado seria semelhante. Tudo se confirmou, mas tive ali uns momentos em que pensei: e se esta porcaria acusa algo menos bom (leia-se cancro), o que faria, como reagiria, o que mudaria na minha vida. Pensei que se aquela porcaria fosse má, pegava nas poupanças e ia viajar com os miúdos. E se fosse boa, porque não faria o mesmo? Que mania esta, a de adiarmos o que merecemos e podemos fazer. Porque é que não vivemos isto como se fosse sempre o final do Verão? A aproveitar tudo ao máximo. A verdade é que, de um momento para o outro, começa a trovejar e só aí é que nos lembramos do que poderíamos ter feito quando estava bom tempo. Continuo com a gastrite e com a bactéria por aniquilar. Vou ter de repetir o cocktail de antibióticos e realizar um exame mais completo para perceber a origem, mas isto, considerando outras hipóteses, são boas notícias.
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