"Estabelecer um dia por ano em que as crianças têm aulas ao ar livre é o desafio que Skip está a lançar em Portugal. Promover o contacto com a natureza e a aprendizagem experiencial são os objetivos". Li aqui (O Observador). Este movimento é lançado por uma marca e surge associado à campanha "É bom sujar-se". Pelos comentários que li, existem opiniões divergentes: uns enaltecem a marca, outros criticam a forma de fazer publicidade.
É um movimento que pretende promover a aprendizagem experiencial e chamar a atenção para a importância da brincadeira ao ar livre; é um sinal de alerta para um problema real. Concordo e aplaudo iniciativas que nos alertam para problemáticas educacionais; esta é, na minha opinião, uma problemática que deve ser debatida e solucionada por todos.
Se gostava de ver este movimento lançado por uma marca e associado a uma campanha de publicidade?
Preferia que fosse uma entidade/um grupo com responsabilidade, intervenção direta e poder de decisão na área da Educação a fazê-lo. No entanto, se alguma coisa mudar, tanto me faz quem lançou o movimento. Há grupos a criar movimentos muito bons que não são publicitados devidamente; se isto servir para partilhar novas práticas e bons exemplos que nos façam evoluir, valerá a pena.
Não se descobriu, agora, que as crianças passam demasiado tempo em espaços fechados, sentadas e quietas. Esta ideia é defendida e debatida por várias entidades, grupos, pediatras, professores, educadores, pais, etc. O que é que se pode fazer? Mudar. Mudança é a palavra de ordem. Todos os contributos para a mudança almejada, incluindo este, são bem-vindos.
Desejo (ou utopia) para o próximo ano letivo em todas as escolas: que se realize, pelo menos, uma vez por semana a aula-passeio que Célestin Freinet preconizava.
Imagino que há coisas divertidas que se podem fazer ao ar livre, fora da sala de aula:
- Fazer compras no mercado local, em pequenos grupos; identificar as notas; definir o valor que se pode gastar; efetuar compras de acordo com o limite definido; verificar se o troco está correto; registar as compras e os cálculos efetuados.
- Aprender os pontos cardeais no campo de futebol, desenhando-os no chão, criando um jogo que leve as crianças a deslocarem-se de um ponto ao outro.
- Estudar árvores e flores observando-as ao vivo (não em fotografias); procurando a raiz, identificando o caule, as folhas e as flores; regando-as, etc.
- Caça ao tesouro no jardim que proporcione a leitura de instruções, a resolução de problemas e o trabalho em equipa.
- Descobrir seres vivos e não vivos na rua: passear com o objetivo de listar seres vivos e não vivos.
- Procurar texturas na rua: um papel e um lápis de carvão; colocar o papel numa superfície rugosa; riscar o papel com o lápis; observar o efeito. Procurar diferentes superfícies rugosas/diferentes efeitos.
- Falar de flutuação brincando com água e objetos diversos. Na rua.
- Saltar nas poças de água num dia de chuva.
- Ir para a rua num dia de sol. Marcar um ponto para uma criança se colocar; contornar a sua sombra no chão com um pau de giz; repetir a atividade em diferentes horários - por exemplo, às 9h, às 12h e às 16h; escrever nos desenhos de cada sombra o horário em que cada uma foi desenhada; discutir em grande grupo, com os alunos e professores sentados em roda à volta dos desenhos, as observações e os registos efetuados; registar conclusões. Responder à questão: porque é que a sombra não está sempre no mesmo sítio? Falar do movimento aparente do sol. Analisar as questões colocadas pelas crianças e realizar um projeto sobre uma delas...
- Um concerto ou uma peça de teatro num coreto, numa praceta ou no recreio para as restantes turmas da escola.
- Descobrir diferentes percursos de um determinado ponto a outro (ponto de partida e ponto de chegada definidos previamente): medir percursos na rua; discutir resultados; debater a importância da medição; registar as conclusões/respostas.
- Ler uma história na relva do jardim da nossa terra.
- Alunos no chão do recreio com lápis de diferentes cores e uma cartolina. Uma sequência de músicas com ritmos diferentes. Instruir os alunos para desenharem emoções/sensações que a música lhes transmite. Podem desenhar-se riscos e rabiscos, círculos, paisagens, pessoas, rostos, palavras, etc. Não se limita a imaginação de cada aluno. A sequência de músicas pode ser substituída por uma sequência de sons da natureza.
- Brincar livremente na rua. Brincar muito.
Em criança brinquei muito assim:
Não sei se tudo o que se faz numa sala de aula pode ser feito na rua, com jogos e brincadeiras, mas existem muitos conteúdos em que ir para a rua, à procura da realidade, faz todo o sentido. A criança atribui significado, com mais facilidade, aos conteúdos aprendidos quando estes se relacionam com a realidade que vive. Chamam-lhe aprendizagem significativa. Aprender com sentido faz-me sentido.
Constato também que muitas destas coisas podem ser feitas em família, fora do contexto escolar.
Se gostava de ver este movimento lançado por uma marca e associado a uma campanha de publicidade?
Preferia que fosse uma entidade/um grupo com responsabilidade, intervenção direta e poder de decisão na área da Educação a fazê-lo. No entanto, se alguma coisa mudar, tanto me faz quem lançou o movimento. Há grupos a criar movimentos muito bons que não são publicitados devidamente; se isto servir para partilhar novas práticas e bons exemplos que nos façam evoluir, valerá a pena.
Não se descobriu, agora, que as crianças passam demasiado tempo em espaços fechados, sentadas e quietas. Esta ideia é defendida e debatida por várias entidades, grupos, pediatras, professores, educadores, pais, etc. O que é que se pode fazer? Mudar. Mudança é a palavra de ordem. Todos os contributos para a mudança almejada, incluindo este, são bem-vindos.
Desejo (ou utopia) para o próximo ano letivo em todas as escolas: que se realize, pelo menos, uma vez por semana a aula-passeio que Célestin Freinet preconizava.
Imagino que há coisas divertidas que se podem fazer ao ar livre, fora da sala de aula:
- Fazer compras no mercado local, em pequenos grupos; identificar as notas; definir o valor que se pode gastar; efetuar compras de acordo com o limite definido; verificar se o troco está correto; registar as compras e os cálculos efetuados.
- Aprender os pontos cardeais no campo de futebol, desenhando-os no chão, criando um jogo que leve as crianças a deslocarem-se de um ponto ao outro.
- Estudar árvores e flores observando-as ao vivo (não em fotografias); procurando a raiz, identificando o caule, as folhas e as flores; regando-as, etc.
- Caça ao tesouro no jardim que proporcione a leitura de instruções, a resolução de problemas e o trabalho em equipa.
- Descobrir seres vivos e não vivos na rua: passear com o objetivo de listar seres vivos e não vivos.
- Procurar texturas na rua: um papel e um lápis de carvão; colocar o papel numa superfície rugosa; riscar o papel com o lápis; observar o efeito. Procurar diferentes superfícies rugosas/diferentes efeitos.
- Falar de flutuação brincando com água e objetos diversos. Na rua.
- Saltar nas poças de água num dia de chuva.
- Ir para a rua num dia de sol. Marcar um ponto para uma criança se colocar; contornar a sua sombra no chão com um pau de giz; repetir a atividade em diferentes horários - por exemplo, às 9h, às 12h e às 16h; escrever nos desenhos de cada sombra o horário em que cada uma foi desenhada; discutir em grande grupo, com os alunos e professores sentados em roda à volta dos desenhos, as observações e os registos efetuados; registar conclusões. Responder à questão: porque é que a sombra não está sempre no mesmo sítio? Falar do movimento aparente do sol. Analisar as questões colocadas pelas crianças e realizar um projeto sobre uma delas...
- Um concerto ou uma peça de teatro num coreto, numa praceta ou no recreio para as restantes turmas da escola.
- Descobrir diferentes percursos de um determinado ponto a outro (ponto de partida e ponto de chegada definidos previamente): medir percursos na rua; discutir resultados; debater a importância da medição; registar as conclusões/respostas.
- Ler uma história na relva do jardim da nossa terra.
- Alunos no chão do recreio com lápis de diferentes cores e uma cartolina. Uma sequência de músicas com ritmos diferentes. Instruir os alunos para desenharem emoções/sensações que a música lhes transmite. Podem desenhar-se riscos e rabiscos, círculos, paisagens, pessoas, rostos, palavras, etc. Não se limita a imaginação de cada aluno. A sequência de músicas pode ser substituída por uma sequência de sons da natureza.
- Brincar livremente na rua. Brincar muito.
Em criança brinquei muito assim:
Imagens daqui
Não sei se tudo o que se faz numa sala de aula pode ser feito na rua, com jogos e brincadeiras, mas existem muitos conteúdos em que ir para a rua, à procura da realidade, faz todo o sentido. A criança atribui significado, com mais facilidade, aos conteúdos aprendidos quando estes se relacionam com a realidade que vive. Chamam-lhe aprendizagem significativa. Aprender com sentido faz-me sentido.
Constato também que muitas destas coisas podem ser feitas em família, fora do contexto escolar.
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